Reservas obrigatorias ou depósito compulsório é uma das formas de
atuação de um Banco Central para garantir o poder de compra da moeda, e,
em menor escala, para execução da política monetária. O depósito
compulsório é geralmente feito através de determinação legal, obrigando
os bancos comerciais e outras instituições financeiras a depositarem,
junto ao Banco Central, parte de suas captações em depósitos à vista ou
outros títulos contábeis.
Multiplicação da Moeda
O
principal objetivo do depósito compulsório é evitar a multiplicação
descontrolada da moeda escritural.O Depósito Compulsório é a reserva
obrigatória recolhida dos depósitos bancários, conforme percentual
fixado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), com a finalidade de
restringir ou de alimentar o processo de expansão dos meios de
pagamento. -Texto adaptado (Programa de Educação Financeira do Banco
Central do Brasil, no passado, depósito compulsório foi considerado como
instrumento de política monetária, mas paulatinamente passou a ser
visto como instrumento de preservação da estabilidade financeira: fonte
site Banco Central.
Quando uma pessoa deposita certa quantia de dinheiro num banco
comercial, esta quantia fica disponível para que o banco a empreste a
outro cliente. Este cliente, por sua vez, não gasta imediatamente todo o
dinheiro tomado como empréstimo, mas deposita o valor tomado em um
segundo banco. Neste ponto temos uma multiplicação da moeda, já que o
primeiro depositante tem a totalidade de seu dinheiro disponível em
moeda escritural (pode emitir um cheque nesse valor, ou fazer compras
com cartão de débito, por exemplo) e o segundo depositante também tem a
mesma quantidade disponível. Entretanto, a quantidade de moeda "real" é
apenas a quantidade que foi depositada pelo primeiro depositante.
Num exemplo mais concreto: Digamos que A tenha 100 dinheiros e isso seja
toda a nossa economia num país imaginário P. Quando A deposita esses
100 dinheiros no banco X, os 100 dinheiros em papel moeda se transformam
em 100 dinheiros em moeda escritural, que A pode gastar emitindo
cheques ou usando seu cartão eletrônico.
Temos então que outra pessoa, digamos B, precisa de 100 dinheiros. Ela
se dirige ao banco X e toma um empréstimo de 100 dinheiros. O banco X
entrega então a B os 100 dinheiros em papel moeda que A lhe havia
entregue como depósito, sem com isso diminuir o valor em moeda
escritural que A tinha em sua conta. Assim temos na economia do país P
um total de 200 dinheiros, mas apenas 100 desses em papel moeda. A moeda
está se multiplicando a cada depósito.
Se B também deposita seus 100 dinheiros num banco Y, e C toma um
empréstimo junto ao banco Y de 100 dinheiros, temos mais uma
multiplicação da moeda. Essa multiplicação não tem limites, já que os
bancos podem emprestar todo o dinheiro depositado neles.
Essa situação é insustentável, se a oferta de moeda se torna maior que o
que a economia é capaz de produzir, a inflação toma conta para
reajustar o valor da moeda até o nível de preços. Mas se a moeda é
infinita, então a inflação também será. Aí entram os depósitos
compulsórios.
Controle da Multiplicação da Moeda
Suponhamos
que para cada depósito feito por uma pessoa num banco, este banco deva
reservar 50% do dinheiro, e só possa emprestar os outros 50%. Nesse
caso, B só pode tomar 50 dinheiros de empréstimo, e C só pode tomar 25
dinheiros, e assim sucessivamente, até que o valor que poderá ser
emprestado é menor que 1 dinheiro, e assim não pode mais ser depositado
ou emprestado. Nesse caso, a multiplicação da moeda não é infinita e
pode ser controlada através da variação desta porcentagem.
Essa "reserva" de dinheiro é o depósito compulsório. Os Bancos Centrais
obrigam a cada banco que uma parcela do dinheiro que eles captam em
depósitos seja depositado junto ao Banco Central. Esta parcela é usada
para que o Banco Central tenha um controle da quantidade de moeda que
existe na economia do país, seja na forma de papel moeda, seja na forma
de moeda escritural, e assim poder controlar o poder de compra e a
liquidez da moeda.
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