O surgimento da macroeconomia como ciência
A
macroeconomia e uma das divisões da ciência económica que dedica-se ao
estudo e observação de uma economia regional ou nacional como um
todo. A macroeconomia e um dos pilares da economia, sendo o outro a
microeconomia.
O estudo da macroeconomia surgiu como forma de
oposição ao sistema mercantilista vigente na europa, que defendiam os
ideais de Adam Smith que preconizava a nao intervenção do estado no
funcionamento da economia. Segundo Adam Smith o estado deveria adoptar
uma politica de “ laissez-faire”, deixando tudo a livre iniciativa dos
privados sendo assim a intervenção do estado deveria ser mínima apenas
para garantir as condições para o comprimento das regras de jogo ( lei e
ordem, infra-estrutura sociais, como estradas e pontes, etc. ) no
funcionamento de mercado.
A macroeconomia defendia o materialismo
(a crença de que a riqueza de o poder de uma nação estava na acumulação
de metais precioso) e a crença na necessidade da intervenção estatal
para direccionar o desenvolvimento do sistema captalista.
As principais correntes macroeconómicas
• Teoria clássica
• Teoria kenesiana
A Teoria clássica
a
macroeconomia clássica partia de dois pressupostos importantes: que os
preços e salários eram sempre flexíveis e o que a moeda não era
utilizada com fins de entesouramento.
Estes dois pressupostos
permitiam o desenvolvimento dos dois modelos centrais da macroeconomia
clássica: a lei do mercado ou lei de Say, segundo a qual a oferta cria
sua própria procura; a teoria quantitativa da moeda que partindo da
equação de trocas, concluía que, sendo a velocidade da moeda constante, e
dada uma determinada quantidade de moeda, a produção variava em relação
inversa e proporcional aos preços. Além destes dois modelos, para
equilibrar a poupança e o investimento, a macroeconomia clássica fazia
estas duas variáveis dependerem de taxa de juros, a qual era, por sua
vez, determinada pela oferta de poupança e a procura de investimentos. O
resultado de todo este processo era o pleno emprego no longo prazo, ou,
o que dá no mesmo, impossibilidade de haver crises de longa duração,
indefinidas, de subconsumo ou superprodução. O primeiro pressuposto, da
existência de preços flexíveis, é importante para a macroeconomia
clássica, embora não absolutamente essencial, porque este permite a
garantia do pleno emprego sem qualquer intervenção do governo.
O segundo pressuposto da macroeconomia clássica é o de que a moeda não é utilizada para
entesouramento.
A moeda para os clássicos é uma unidade de conta e um meio de troca,
além de servir para se somarem mercadorias diferentes, a moeda é
fundamentalmente um meio de troca. Os homens só teriam interesse em
mantê-la em seu poder na medida em que dela
necessitassem para
realizar suas transacções. Segundo os clássicos, existiria apenas um
motivo para a procura de moeda: o motivo transaccional. O outro possível
uso do dinheiro, como um meio de reserva de activos líquidos, e
portanto seu consequente entesouramento, era considerado irracional,
para os clássicos se o capitalista entesourora-se o dinheiro estaria
perdendo os juros que poderia ganhar se houvesse aplicado seu dinheiro
em activos fixos ou em títulos, logo o entesouramento era considerado
inexistente.
A lei de say
Os
dois pressupostos acima mencionados estão relacionados com o esquema
central da macroeconomia clássica, consubstanciado na lei de Say. Jean
Batiste Say foi o mais importante discípulo francês de Adam Smith. Era
um defensor do liberalismo, e marcou todo o desenvolvimento do
pensamento económico francês do século XIX. Publicou seu Traité
d'Economie Politique em 1803.A teoria de Say "lei do mercado", ganhou
bastante aceitação a lei de Say, partindo do pressuposto do universal
que existiria no sistema capitalista liberal, que afirma que as crises
de superprodução ou subconsumo são impossíveis, a não ser no âmbito
sectorial isto porque toda produção implica em uma remuneração que vai
se transformar imediatamente em procura. As pessoas não produzem e
oferecem suas mercadorias no mercado pelo simples prazer de fazê-lo.
Elas têm em vista produzir para, com isso, obter recursos que lhes
permitiam comprar outros bens de consumo ou investimento que desejam.
Quando a produção aumenta, ou seja, quando a oferta aumenta, a procura
também aumenta simultaneamente; Ou seja, a oferta cria sua própria
procura. A economia de mercado possuiria assim um mecanismo de controle
automático, que a levaria sempre para o equilíbrio, tornando a
superprodução geral impossível.
A Teoria Keynisiana
As
ideias dos clássicos eram consideradas ilusionistas pois não
adequavam-se a realidade vivida na época, os clássicos construíam um
mundo económico perfeito onde as grandes crises eram impossíveis. Foi
preciso que a grande depressão dos anos trinta destruísse as ilusões
daquele mundo criado pelos economistas clássicos, e que surgisse uma
economia real
como a de Keynes, que aliava um profundo
conhecimento da teoria neoclássica a uma grande, e uma enorme capacidade
de análise teórica a uma vivência do mundo económico e
financeiro e a uma decidida intenção de encontrar meios de política económica para nele
intervir - foi preciso essa conjugação de factores para que afinal a economia neoclássica
entrasse
em colapso. A teoria macroeconómica de Keynes previa que uma economia
avançada podia permanecer com altas taxas de desemprego e outros
factores de produção desequilibrados ao contrario do que previa a teoria
clássica.
Com Keynes o ênfase da análise económica passa da micro para a macroeconomia. Ao
Invés de iniciar a análise partindo do comportamento dos agentes económicos individuais
os produtores e os consumidores Keynes faz a análise do processo económico partindo de
conceitos
económicos agregados, passa a estudar os acontecimentos económicos
vividos na época como um todo. Isto não quer dizer que foi Keynes quem
"inventou" a macroeconomia. Já havia uma macroeconomia clássica e
neoclássica. Apenas não era dada especial ênfase a ela, perdida que
estava no meio da análise microeconômica.
John Maynard Keynes é
considerado o maior economista do século XX e precursor da
Macroeconomia, sem esquecermos de Adam Smith no século XVIII e de Marx
no XIX. Durante a grande depressão de 1930, que assolou o mundo, o
principal problema era o desemprego. E este passou a ser a principal
preocupação de Keynes na sua teoria: buscar a solução.
A Lei de Say resumiu com
notável precisão toda a argumentação clássica (simultaneidade e
interdependência entre produção e renda), mas embora tudo indicasse que a
oferta cria a sua própria procura, um importante elemento poderia
interromper esse mecanismo: a poupança. Keynes desbancou os antigos
conceitos e apontou soluções práticas para os principais problemas da
época, sobretudo o do desemprego, ponto principal da sua teoria geral, e
sua relação com o investimento e poupança.Com a publicação do seu livro
(a teoria geral do emprego, do juro e da moeda) em 1936, Keynes vinha
reajustar o capitalismo, mostrando que é necessário abandonar a política
do laissez-faire (deixar fazer) da escola clássica, que contrariava uma
possível intervenção do estado na economia e no mercado.
Keynes
mostrou ser um homem de acção, sua competência, defendendo a
intervenção do estado em benefício da economia, pois inovou com uma
visão agregada, ou seja, ensinou a analisar o global, a macroeconomia.
A evolução da teoria tradicional do equilíbrio do pleno emprego
A concepção de equilíbrio da teoria clássica
Os conceitos de estatística, de equilíbrio de cada estado estacionário
As correntes clássicas utilizam três noções:
Equilíbrio:
Exprime que, num sistema económico, onde elementos quantitativos se
encontram em relação, se produz entre eles um ajustamento estável ou
instável. Exemplo: a quantidade de bens produzidos a determinado preço
se ajusta, permanentemente ou temporariamente, à quantidade de bens
oferecidos ao mesmo preço. Define-se tal relação como "Ajustamento de
quantidade".
Estática: É o estudo das condições que presidem à
realização do equilíbrio. Ou é simples construção do espírito, esquema
abstracto, imagem usada na tentativa de alcançar a realidade; ou então
exprime profunda e real tendência da actividade económica. Traduz desta
forma um ideal para o qual tende esta actividade, sem jamais atingi-lo;
ou um estado real, efectivamente atingido, no termo de uma evolução
dirigida por um factor preponderante.
Estado Estacionário: É o
estado concreto, real, de um sistema económico que, em seguida de uma
evolução, atingiu um ponto de repouso onde todos os elementos são
estáveis e nenhuma mudança se produz na quantidade de elementos que
compõe o sistema, nem na natureza e força dos movimentos que o animam.
A história revela duas correntes de estudo:
A
primeira considera o estado estático como um estado da vida económica,
estudando a formação do equilíbrio como se estivesse estudando um
fenómeno concreto e mostra como a actividade económica se dirige para o
estado estacionário.
A segunda considera que o estado estático é
um estado hipo lítico, utilizando o conceito de equilíbrio como um meio
de análise e parte da hipótese estática para estudar uma actividade
económica cuja realidade se aproxima desse esquema, sem lhe ser
exactamente conforme; o equilíbrio é uma tomada de posição metodológica.
Já a Teoria Geral de Keynes considera o equilíbrio uma situação concreta e encara a possibilidade de um estado estacionário.
2o. A determinação do Equilíbrio Estático e o Estado Estacionário.
Sendo
o equilíbrio um estado real da actividade económica, a teoria
tradicional demonstra existirem duas espécies de equilíbrio: o
correspondente a um estado em movimento e o realizado pelo estado
estacionário, sendo que, estão sujeitos a acção de um elemento director:
o salário; onde na teoria clássica existem três concepções de salário: a
do mínimo de existência, a do fundo dos salários e da produtividade.
Recorremos
as duas primeiras para explicar a realização do equilíbrio, tanto no
estado estacionário quanto no estado progressivo.
Adam Smith leva todo o jogo do equilíbrio a basear-se num eixo constituído pelo salário mínimo:
O
salário não pode descer abaixo do necessário ao trabalhador para
assegurar uma subsistência e a dos seus; por outro lado, a massa dos
salários é paga pelos fundos destinados à manutenção do trabalho e que
depende da acumulação de capital pelos empresários. A oferta do trabalho
- dependendo do tamanho da população - e a procura - dependendo do
tamanho dos fundos - determinam a taxa dos salários. Quanto ao lucro -
confundido com juro - sua taxa depende da abundância dos capitais.
Portanto, o aumento desses faz subir os salários e baixar os lucros.
No
estado progressivo quando o montante das somas destinadas a acudir às
necessidades dos trabalhadores aumenta mais depressa que a quantidade de
trabalho, o salário se fixa acima do nível das subsistências; no estado
regressivo produz-se o inverso.
Mas, com o tempo, o lucro baixa
demais para poder incitar ao investimento; o capital já não se acumula
mais e, portanto, o salário tende à fixar-se no nível das subsistências.
Desde então, produz-se um ajustamento em que o preço, taxa de lucro,
taxa de salários, tendem a permanecer estáveis; o estado estacionário,
estado real da sociedade, é então atingido.
Mas qualquer que seja o
estado da sociedade (regressivo, estacionário ou progressivo) é pela
influência do lucro, o qual determina o salário a fixar-se no nível das
subsistências, que se realiza e se exprime o estado de equilíbrio.
A baixa do lucro prejudica a acumulação de capital e, portanto, o desejo de empreender, chegando ao estado estacionário.
Outros
achavam que o mínimo de subsistência não é fixado por meios externos,
mas sim por um carácter psicológico susceptível de variação.
O equilíbrio do pleno emprego na teoria clássica:
Na
teoria clássica, o equilíbrio resulta, portanto de um ajustamento do
montante do capital e do nível da população; e esse equilíbrio se
caracteriza pelo fato de acarretar a plena utilização de todos os
factores de produção: capital e trabalho.
A procura de trabalho
"O
número de trabalhadores úteis e produtivos é, em todo lugar,
proporcional à quantidade de capital-estoque que é empregado para lhes
permitir trabalhar e o modo particular pelo qual é empregado," - Adam
Smith.
O volume de emprego é determinado pela fracção do capital
empregado para lhes pagar os salários, e as suas variações estão ligadas
ao montante do capital empregado. Possuir e ser titular de um estoque
que consiste no "montante de bens pessoais, ou de bens outros que não a
terra, considerados em dado momento" (Smith).Capital é aparte do estoque
que fornece uma renda, a diferença entre o estoque e o capital é
destinada ao consumo. Determina-se com relação ao
indivíduo duas partes: O capital fixo e o circulante. E com relação a
comunidade uma terceira parte: a reserva tendo em vista o consumo.
O capital fixo é o empregado para a melhoria da terra,
para compra de máquinas, de instrumentos e, em geral, para produzir uma
renda que fique nas mãos do seu proprietário. O capital
circulante é, ao contrário, destinado a mudar de titular; é empregado
para cultivar, fabricar ou comprar produtos e vendê-los com lucro. É o
capital circulante que fornece os materiais e os salários do trabalho e
põe a indústria em movimento. Com
relação à poupança: "tudo quanto uma pessoa poupa de sua renda,
acrescenta-se ao seu capital; ou emprega para manter um número adicional
de pessoas produtivas, ou põe outras pessoas em condições de o fazer,
emprestando esse capital mediante um juro, isto é, parte dos lucros".
Portanto, como o aumento da quantidade de trabalho útil depende do
aumento de capital, depende também em definitivo da poupança, pois
quando investida, leva à subsistência dos trabalhadores.
Em
resumo, o capital faz parte dos fundos acumulados, servindo para
produzir uma renda. Uma fracção desse capital determina a quantidade de
trabalho produtivo, que só pode aumentar se a renda também crescer
graças a uma poupança tirada da renda anual.
2. O equilíbrio do emprego do capital e do trabalho.
A
alta ou baixa dos salários é comum a todos os estados de uma sociedade,
quer seja no estado estacionário, no de progressão ou no de regressão.
No estado
estacionário, é regido inteiramente pelo crescimento ou pela diminuição
da população. No estado de progresso, pelo aumento daquele que mais
aumentar em relação ao outro - Capital ou População.
O salário iguala a população e o capital. Portanto,
quando se produz o salário abaixo do mínimo de existência, produz uma
redução da população, uma diminuição do emprego. Quando se aumenta o
salário, ocorre o inverso.
Os sucessores dos clássicos se condenaram a um
impasse e não chegam a explicar por que o sistema pode estar em
equilíbrio quando existe sub-emprego do capital e do trabalho; ou, mais
exactamente, não se aperceberam de seu erro que é o de postular o pleno
emprego do capital e do trabalho. Ora, é aí precisamente que Keynes
introduz sua correcção essencial graças à uma nova teoria de poupança e
do investimento e à dissociação entre volume da população operária e
volume do emprego efectivo. Em outras palavras, percebe que as
quantidades de capital e trabalho podem ajustar-se, ou melhor, que o
sistema fica em equilíbrio mesmo quando há sub-emprego de um de outro, o
que não surpreenderia porque o sub-emprego da mão-de-obra está ligado
ao sub-emprego do capital. Antes de abordar esta explicação, resta
esclarecer por que os clássicos se perderam.
Na teoria clássica, todas as
quantidades de capital e de trabalho são empregadas.
O erro está em considerar que sempre a quantidade
de capital está empregada. Keynes diz que
existe, também, o chamado desemprego voluntário, estabelecendo como meio
determinante, quando o salário nominal não tem elasticidade e o
operário não pode intervir na taxa, a baixa do salário real.
O volume de emprego não pode ser estabelecido pela
utilidade do salário e a desutilidade marginal.
Incentivo ao investimento
Quando Keynes fala de economia monetária, ele mostra que o dinheiro tem 3 funções:
Meio de troca
Unidade de conta
Reserva de valor
Porém
a mais importante para a economia monetária segundo Keynes é a reserva
de valor, - ou seja, poupança, aplicações monetárias, etc. - pois a
mesma possibilita o entesouramento de dinheiro, mas sem, contudo,
esquecer-se do incentivo ao investimento.
Esse entesouramento de dinheiro, é o que vai possibilitar a
capacitação de recursos para que se tenha capital que vai ser emprestado
para o investidor.
Investidor esse que ao tomar o empréstimo, investe no aumento da sua
produção que acaba gerando uma maior demanda de empregos.
Ao
estimular a produção, gerando mais empregos, ele ao mesmo tempo que
aumenta a sua oferta de manufacturados, ela, ao empregar m número maior
de funcionários, acaba aumentando o número de consumidores em potencial -
pois o cidadão agora que tem um emprego e renda fixa, ele vai começar a
consumir mais, gerando um aumento significativo na demanda - por isso é
que o governo deve aumentar o incentivo ao investimento.
Principio da demanda efectiva
Primeiramente,
devemos ressaltar que foi de grande interferência a Depressão dos anos
30 para que as teorias a respeito desse tema fossem formuladas por
Keynes e Kalecki. Esse princípio determinava que se deveria produzir a
quantidade dada e não o que o sistema tivesse a capacidade de produzir,
portanto, se não houvesse demanda não haveria produção e
consequentemente a capacidade de produção se tornaria ociosa.
Esse percurso pode ser
definido através de três elementos que seriam: o poder de compra, da
demanda e a produção, onde esses três factores cresceriam e diminuiriam
seguindo a uma mesma direcção.
Devemos colocar ainda que esses princípios se tornaram ponto de
partida para os estudos sobre a teoria do emprego.
Voltando a questão do poder de compra, seria bom se falar em dois
factores desse poder de compra colocado por alguns economistas, onde
você tem: o auto financiamento (onde ocorre o envolvimento dos seus
próprios patrimónios) e o financiamento externo (a unidade através de
créditos).
Keynes coloca que o equilíbrio máximo, alcançado por
uma dada economia não está na diminuição do desemprego, mas sim no fato
de que não existe capacidade ociosa onde os capitais de investimentos
fixos estão em funcionamento normal, portanto, o problema não está
relacionado com as pessoas e sim com as máquinas, onde alguns definem
que a capacidade produtiva é a quantidade de produção que se obtém
quando o equipamento está sendo utilizado normalmente.
O conceito
utilizado de demanda efectiva, agregada ou global, está no fato de que
Keynes foi precursor da macroeconomia, portanto, analisava os fatos de
modo globalizado e não isoladamente como antes se fizera. Essa demanda
efectiva não chegando a níveis próximos da oferta global, ou seja se a
consumação se torna baixa, os investimentos insuficientes resultarão em
um declínio de emprego, de produção e de renda. Se permanecerem em
níveis proporcionais permanecerá estável.
Alguns economistas
colocam que "a oferta cria a sua própria procura". Esse conceito, Keynes
torna inválido uma vez que se isso fosse real, a procura e a oferta
global seriam iguais para todas as quantidades de emprego, ou seja, mais
emprego significará mais renda, porém é bom indicar que toda a produção
é consumida em bens de consumo, portanto a renda aumenta em níveis
proporcionais menores que a quantidade de produção.
Então, mais
emprego significa mais renda que resulta em uma maior produção. Enfim, o
emprego em função do preço da procura nos coloca que quanto maior for
esse preço. Maior será também a quantidades de emprego. Colocando já em
questão o volume de produção em função do rendimentos, percebemos que o
rendimento se eleva, mas em níveis proporcionais menores que o consumo,
onde o fato determinante é a propensão a consumir que coloca que o
volume da procura está em função do aumento da renda, porém nem todo
rendimento adquirido é utilizado para o consumo, pois existem ainda os
que preferem os investimentos.
Enfim, Keynes acentua o termo
teoria geral para contrastar com a teoria económica clássica que se
limita ao pleno emprego. Keynes procura mesmo é explicar o volume de
emprego em um dado momento, coloca que o desemprego é nítido em qualquer
economia, sendo inevitável, assim como ele vê a inflação, onde ambas
dependem do volume da procura efectiva, onde observa-se que quando a
procura é deficiente gera desemprego, quando é excessiva resulta na
chamada inflação.
Depois da teoria geral
Ficam
assim traçadas as linhas fundamentais da macroeconomia keynesiana. Para
seu real conhecimento seria necessária uma exposição muito mais
extensa, com o recurso de gráficos e de um sistema de equações. Nossa
finalidade actual, porém, é apenas a de darmos uma ideia introdutória do
sentido geral da revolução keynesiana. Nestes termos, este resumo
parece-nos, no momento suficiente.
A
Teoria Geral obteve imediatamente uma enorme repercussão. Foi alvo de
grandes elogios, em torno das ideias nela expostas constituiu-se
imediatamente uma escola de brilhantes economistas, novas perspectivas
de desenvolvimento se abriram para a ciência económica, esta recuperou o
contacto com a realidade e voltou a ser operacional. Aquelas que não se
tornaram estritamente keynesianas foram profundamente influenciadas por
Keynes. Especialmente em relação às novas gerações de economistas,
todos sofreram a influência de suas ideias. Mesmo os economistas
marxistas obtiveram no pensamento de Keynes parte de inspiração e de
crítica. Assim que saiu, porém, a General Theory foi também alvo de
críticas, algumas tentando minimizar o carácter original de sua
contribuição, outras procurando negar a correcção de sua análise. Nestes
termos, Keynes passou a maior parte do seu tempo, desde a publicação da
General Theory até o início da Segunda Guerra Mundial, ocupado em
defender-se de seus críticos e em explicar o verdadeiro sentido de sua
teoria. Porque é preciso salientar que a Teoria Geral estava longe de
ser um livro de leitura fácil. Além disso, Keynes continuava com febril
actividade de economista, jornalista, financista e mecenas das artes.
Em 1937, porém, Keynes sofre um primeiro ataque do coração e é obrigado a
diminuir o ritmo de sua actividade. Isto não o impede, porém, de
publicar um novo livro, How to Pay the War (1940), em que examina o
problema do financiamento da guerra que se iniciava. Propunha um sistema
de empréstimo compulsório, a ser pago após a guerra. Era uma ideia
ousada, nova, ao estilo de Keynes e não foi aplicada. Em 1940 Keynes
voltara a trabalhar no Tesouro. Em 1942 tornou-se director do Banco da
Inglaterra. Nesse mesmo ano foi elevado à nobreza. Tornou-se Lord 35
Keynes, barão de Tilton. Era então o mais respeitado economista
britânico. Embora suas ideias nem sempre fossem postas em execução, por
serem excessivamente revolucionárias, nem por isso deixaram de ser
ouvidas.
Este fato ficou patente
na última grande intervenção de Keynes, antes de sua morte, na
Inglaterra, em 1946, motivada por mais um ataque do coração.
Aproximava-se o fim da guerra e era preciso organizar as finanças
internacionais para o após guerra. Realizou-se então, nos Estados
Unidos, a Conferência de Bretton Woods, destinada a organizar as
finanças internacionais para o pós-guerra que se avizinhava. Keynes,
como representante do Reino Unido, foi a principal figura da reunião.
Apresentou um projecto revolucionário para resolver o problema do
financiamento do comércio internacional. O ouro e as moedas reservas
nacionais (o dólar e a libra) seriam substituídos por uma moeda
internacional, o Bancor, criada por um Banco Central Mundial, que o
plano Keynes previa. A criação dessa moeda internacional implicaria em
um extraordinário aumento das reservas financeiras internacionais e em
uma grande flexibilidade no sistema financeiro internacional. Com isto
Keynes pretendia que os países que se encontrassem em recessão económica
e deficit de seu balanço de pagamentos não fossem obrigados a adoptar
qualquer uma das três medidas tradicionais: desvalorização da moeda,
deflação interna, ou restrições às imputações. Qualquer uma dessas três
medidas teria sempre efeitos negativos, e poderiam ser evitadas através
de um sistema de financiamento internacional amplo e flexível. O plano
de Keynes era excessivamente inovador. A alternativa norte-americana,
consubstanciada no Fundo Monetário Internacional, foi afinal adoptada,
fazendo-se apenas algumas concessões ao Plano Keynes. Os Estados Unidos
era naquela época, e por um período de três décadas já vinha sendo, um
país sem problemas com seu balanço de pagamentos. Dessa forma,
preferiram um plano mais conservador, ainda baseado no ouro e nas
moedas-reservas. Certamente não previam as dificuldades que o deficit
constante de seu balanço de pagamentos, a partir dos anos cinquenta,
iria lhes trazer. De qualquer forma, porém, o plano apresentado por
Keynes não foi aceito. Permanece, todavia, como um marco da visão,
sempre voltado para a realidade do mundo, e nela procurando intervir.
Sua obra fundamental, porém - aquela que inscreveu o nome de Keynes na
história do pensamento económico, não como mais um economista que trouxe
contribuições significativas para a análise económica, mas como o
economista mais importante da primeira metade do século XX, que abriu
novas perspectivas para a ciência económica - foi a Teoria Geral. Já
vimos que esta obra, embora fruto do pensamento de um economista educado
na mais pura tradição neoclássica, marshalliana, e dela aurindo muitos
de seus conceitos fundamentais, constitui-se em uma revolução - uma
revolução que sem destruir toda a análise económica pré-existente,
renovou-a, abriu-lhe novas perspectivas, recolocou-a em contacto com o
mundo.
As controvérsias entre a teoria clássica e keynesiana
A abordagem clássica era tida como o modelo económico que melhor explica sobre as forcas subjacentes ao crescimento económico.
Enquanto
que a abordagem keynesiana, era tida como modelo económico que melhor
explica sobre o ciclo económico nas economias de mercado.
Para os clássicos na macroeconomia:
• Há flexibilidade de preços e salários
• A economia e estável
• O pleno emprego e tido como o estado normal da economia
• Os mecanismo de equilíbrio macroeconómico são automáticos entre a procura e a oferta agregada
Na visão clássica era seguro afirmar que:
• O estado abstêm-se de investir na economia
• a moeda e lubrificante, ou seja facilita as transacções e não influenciam o nível de produto
• A lei de say a super produção e impossível por que a oferta cria a sua própria procura
• Não há diferença entre a economia de escambo e monitorizada
• Não há crises prolongadas
não há desperdícios de factores de produção, nem de produto
• As teorias de procura e oferta agregada não influenciam o desemprego enquanto que na abordagem keynesiana:
• Há rigidez de preços de salários
• O pleno emprego e apenas um nível possível (não de equilíbrio, pois este pode ser variável )
• Não há mecanismos automáticos que conduzem ao equilíbrio
• O estado e actor activo e intervêm no processo económico
• A moeda pode ser utilizado pelo estado para financiar os seus gasto e influenciar o nível de produto
Esta
visão tem como consequências o equilíbrio abaixo do pleno emprego e as
politicas monetárias e orçamentais apoiadas nos níveis elevados de
produto e de emprego.
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