sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O surgimento da macroeconomia como ciência

O surgimento da macroeconomia como ciência

A macroeconomia e uma das divisões da ciência económica que dedica-se ao estudo e observação de uma economia regional ou nacional como um todo. A macroeconomia e um dos pilares da economia, sendo o outro a microeconomia.
O estudo da macroeconomia surgiu como forma de oposição ao sistema mercantilista vigente na europa, que defendiam os ideais de Adam Smith que preconizava a nao intervenção do estado no funcionamento da economia. Segundo Adam Smith o estado deveria adoptar uma politica de “ laissez-faire”, deixando tudo a livre iniciativa dos privados sendo assim a intervenção do estado deveria ser mínima apenas para garantir as condições para o comprimento das regras de jogo ( lei e ordem, infra-estrutura sociais, como estradas e pontes, etc. ) no funcionamento de mercado.
A macroeconomia defendia o materialismo (a crença de que a riqueza de o poder de uma nação estava na acumulação de metais precioso) e a crença na necessidade da intervenção estatal para direccionar o desenvolvimento do sistema captalista.
As principais correntes macroeconómicas


• Teoria clássica

• Teoria kenesiana

A Teoria clássica

a macroeconomia clássica partia de dois pressupostos importantes: que os preços e salários eram sempre flexíveis e o que a moeda não era utilizada com fins de entesouramento.
Estes dois pressupostos permitiam o desenvolvimento dos dois modelos centrais da macroeconomia clássica: a lei do mercado ou lei de Say, segundo a qual a oferta cria sua própria procura; a teoria quantitativa da moeda que partindo da equação de trocas, concluía que, sendo a velocidade da moeda constante, e dada uma determinada quantidade de moeda, a produção variava em relação inversa e proporcional aos preços. Além destes dois modelos, para equilibrar a poupança e o investimento, a macroeconomia clássica fazia estas duas variáveis dependerem de taxa de juros, a qual era, por sua vez, determinada pela oferta de poupança e a procura de investimentos. O resultado de todo este processo era o pleno emprego no longo prazo, ou, o que dá no mesmo, impossibilidade de haver crises de longa duração, indefinidas, de subconsumo ou superprodução. O primeiro pressuposto, da existência de preços flexíveis, é importante para a macroeconomia clássica, embora não absolutamente essencial, porque este permite a garantia do pleno emprego sem qualquer intervenção do governo.
O segundo pressuposto da macroeconomia clássica é o de que a moeda não é utilizada para
entesouramento. A moeda para os clássicos é uma unidade de conta e um meio de troca, além de servir para se somarem mercadorias diferentes, a moeda é fundamentalmente um meio de troca. Os homens só teriam interesse em mantê-la em seu poder na medida em que dela
necessitassem para realizar suas transacções. Segundo os clássicos, existiria apenas um motivo para a procura de moeda: o motivo transaccional. O outro possível uso do dinheiro, como um meio de reserva de activos líquidos, e portanto seu consequente entesouramento, era considerado irracional, para os clássicos se o capitalista entesourora-se o dinheiro estaria perdendo os juros que poderia ganhar se houvesse aplicado seu dinheiro em activos fixos ou em títulos, logo o entesouramento era considerado inexistente.


A lei de say

Os dois pressupostos acima mencionados estão relacionados com o esquema central da macroeconomia clássica, consubstanciado na lei de Say. Jean Batiste Say foi o mais importante discípulo francês de Adam Smith. Era um defensor do liberalismo, e marcou todo o desenvolvimento do pensamento económico francês do século XIX. Publicou seu Traité d'Economie Politique em 1803.A teoria de Say "lei do mercado", ganhou bastante aceitação a lei de Say, partindo do pressuposto do universal que existiria no sistema capitalista liberal, que afirma que as crises de superprodução ou subconsumo são impossíveis, a não ser no âmbito sectorial isto porque toda produção implica em uma remuneração que vai se transformar imediatamente em procura. As pessoas não produzem e oferecem suas mercadorias no mercado pelo simples prazer de fazê-lo. Elas têm em vista produzir para, com isso, obter recursos que lhes permitiam comprar outros bens de consumo ou investimento que desejam. Quando a produção aumenta, ou seja, quando a oferta aumenta, a procura também aumenta simultaneamente; Ou seja, a oferta cria sua própria procura. A economia de mercado possuiria assim um mecanismo de controle automático, que a levaria sempre para o equilíbrio, tornando a superprodução geral impossível.


A Teoria Keynisiana

As ideias dos clássicos eram consideradas ilusionistas pois não adequavam-se a realidade vivida na época, os clássicos construíam um mundo económico perfeito onde as grandes crises eram impossíveis. Foi preciso que a grande depressão dos anos trinta destruísse as ilusões daquele mundo criado pelos economistas clássicos, e que surgisse uma economia real
como a de Keynes, que aliava um profundo conhecimento da teoria neoclássica a uma grande, e uma enorme capacidade de análise teórica a uma vivência do mundo económico e
financeiro e a uma decidida intenção de encontrar meios de política económica para nele
intervir - foi preciso essa conjugação de factores para que afinal a economia neoclássica
entrasse em colapso. A teoria macroeconómica de Keynes previa que uma economia avançada podia permanecer com altas taxas de desemprego e outros factores de produção desequilibrados ao contrario do que previa a teoria clássica.
Com Keynes o ênfase da análise económica passa da micro para a macroeconomia. Ao
Invés de iniciar a análise partindo do comportamento dos agentes económicos individuais
os produtores e os consumidores Keynes faz a análise do processo económico partindo de
conceitos económicos agregados, passa a estudar os acontecimentos económicos vividos na época como um todo. Isto não quer dizer que foi Keynes quem "inventou" a macroeconomia. Já havia uma macroeconomia clássica e neoclássica. Apenas não era dada especial ênfase a ela, perdida que estava no meio da análise microeconômica.
John Maynard Keynes é considerado o maior economista do século XX e precursor da Macroeconomia, sem esquecermos de Adam Smith no século XVIII e de Marx no XIX. Durante a grande depressão de 1930, que assolou o mundo, o principal problema era o desemprego. E este passou a ser a principal preocupação de Keynes na sua teoria: buscar a solução. A Lei de Say resumiu com notável precisão toda a argumentação clássica (simultaneidade e interdependência entre produção e renda), mas embora tudo indicasse que a oferta cria a sua própria procura, um importante elemento poderia interromper esse mecanismo: a poupança. Keynes desbancou os antigos conceitos e apontou soluções práticas para os principais problemas da época, sobretudo o do desemprego, ponto principal da sua teoria geral, e sua relação com o investimento e poupança.Com a publicação do seu livro (a teoria geral do emprego, do juro e da moeda) em 1936, Keynes vinha reajustar o capitalismo, mostrando que é necessário abandonar a política do laissez-faire (deixar fazer) da escola clássica, que contrariava uma possível intervenção do estado na economia e no mercado.
Keynes mostrou ser um homem de acção, sua competência, defendendo a intervenção do estado em benefício da economia, pois inovou com uma visão agregada, ou seja, ensinou a analisar o global, a macroeconomia.
A evolução da teoria tradicional do equilíbrio do pleno emprego
A concepção de equilíbrio da teoria clássica
Os conceitos de estatística, de equilíbrio de cada estado estacionário
As correntes clássicas utilizam três noções:
Equilíbrio: Exprime que, num sistema económico, onde elementos quantitativos se encontram em relação, se produz entre eles um ajustamento estável ou instável. Exemplo: a quantidade de bens produzidos a determinado preço se ajusta, permanentemente ou temporariamente, à quantidade de bens oferecidos ao mesmo preço. Define-se tal relação como "Ajustamento de quantidade".
Estática: É o estudo das condições que presidem à realização do equilíbrio. Ou é simples construção do espírito, esquema abstracto, imagem usada na tentativa de alcançar a realidade; ou então exprime profunda e real tendência da actividade económica. Traduz desta forma um ideal para o qual tende esta actividade, sem jamais atingi-lo; ou um estado real, efectivamente atingido, no termo de uma evolução dirigida por um factor preponderante.
Estado Estacionário: É o estado concreto, real, de um sistema económico que, em seguida de uma evolução, atingiu um ponto de repouso onde todos os elementos são estáveis e nenhuma mudança se produz na quantidade de elementos que compõe o sistema, nem na natureza e força dos movimentos que o animam.
A história revela duas correntes de estudo:
A primeira considera o estado estático como um estado da vida económica, estudando a formação do equilíbrio como se estivesse estudando um fenómeno concreto e mostra como a actividade económica se dirige para o estado estacionário.
A segunda considera que o estado estático é um estado hipo lítico, utilizando o conceito de equilíbrio como um meio de análise e parte da hipótese estática para estudar uma actividade económica cuja realidade se aproxima desse esquema, sem lhe ser exactamente conforme; o equilíbrio é uma tomada de posição metodológica.
Já a Teoria Geral de Keynes considera o equilíbrio uma situação concreta e encara a possibilidade de um estado estacionário.
2o. A determinação do Equilíbrio Estático e o Estado Estacionário.
Sendo o equilíbrio um estado real da actividade económica, a teoria tradicional demonstra existirem duas espécies de equilíbrio: o correspondente a um estado em movimento e o realizado pelo estado estacionário, sendo que, estão sujeitos a acção de um elemento director: o salário; onde na teoria clássica existem três concepções de salário: a do mínimo de existência, a do fundo dos salários e da produtividade.
Recorremos as duas primeiras para explicar a realização do equilíbrio, tanto no estado estacionário quanto no estado progressivo.
Adam Smith leva todo o jogo do equilíbrio a basear-se num eixo constituído pelo salário mínimo:
O salário não pode descer abaixo do necessário ao trabalhador para assegurar uma subsistência e a dos seus; por outro lado, a massa dos salários é paga pelos fundos destinados à manutenção do trabalho e que depende da acumulação de capital pelos empresários. A oferta do trabalho - dependendo do tamanho da população - e a procura - dependendo do tamanho dos fundos - determinam a taxa dos salários. Quanto ao lucro - confundido com juro - sua taxa depende da abundância dos capitais. Portanto, o aumento desses faz subir os salários e baixar os lucros.
No estado progressivo quando o montante das somas destinadas a acudir às necessidades dos trabalhadores aumenta mais depressa que a quantidade de trabalho, o salário se fixa acima do nível das subsistências; no estado regressivo produz-se o inverso.
Mas, com o tempo, o lucro baixa demais para poder incitar ao investimento; o capital já não se acumula mais e, portanto, o salário tende à fixar-se no nível das subsistências. Desde então, produz-se um ajustamento em que o preço, taxa de lucro, taxa de salários, tendem a permanecer estáveis; o estado estacionário, estado real da sociedade, é então atingido.
Mas qualquer que seja o estado da sociedade (regressivo, estacionário ou progressivo) é pela influência do lucro, o qual determina o salário a fixar-se no nível das subsistências, que se realiza e se exprime o estado de equilíbrio.
A baixa do lucro prejudica a acumulação de capital e, portanto, o desejo de empreender, chegando ao estado estacionário.
Outros achavam que o mínimo de subsistência não é fixado por meios externos, mas sim por um carácter psicológico susceptível de variação.
O equilíbrio do pleno emprego na teoria clássica:
Na teoria clássica, o equilíbrio resulta, portanto de um ajustamento do montante do capital e do nível da população; e esse equilíbrio se caracteriza pelo fato de acarretar a plena utilização de todos os factores de produção: capital e trabalho.


A procura de trabalho

"O número de trabalhadores úteis e produtivos é, em todo lugar, proporcional à quantidade de capital-estoque que é empregado para lhes permitir trabalhar e o modo particular pelo qual é empregado," - Adam Smith.
O volume de emprego é determinado pela fracção do capital empregado para lhes pagar os salários, e as suas variações estão ligadas ao montante do capital empregado. Possuir e ser titular de um estoque que consiste no "montante de bens pessoais, ou de bens outros que não a terra, considerados em dado momento" (Smith).Capital é aparte do estoque que fornece uma renda, a diferença entre o estoque e o capital é destinada ao consumo. Determina-se com relação ao indivíduo duas partes: O capital fixo e o circulante. E com relação a comunidade uma terceira parte: a reserva tendo em vista o consumo. O capital fixo é o empregado para a melhoria da terra, para compra de máquinas, de instrumentos e, em geral, para produzir uma renda que fique nas mãos do seu proprietário. O capital circulante é, ao contrário, destinado a mudar de titular; é empregado para cultivar, fabricar ou comprar produtos e vendê-los com lucro. É o capital circulante que fornece os materiais e os salários do trabalho e põe a indústria em movimento. Com relação à poupança: "tudo quanto uma pessoa poupa de sua renda, acrescenta-se ao seu capital; ou emprega para manter um número adicional de pessoas produtivas, ou põe outras pessoas em condições de o fazer, emprestando esse capital mediante um juro, isto é, parte dos lucros". Portanto, como o aumento da quantidade de trabalho útil depende do aumento de capital, depende também em definitivo da poupança, pois quando investida, leva à subsistência dos trabalhadores.
Em resumo, o capital faz parte dos fundos acumulados, servindo para produzir uma renda. Uma fracção desse capital determina a quantidade de trabalho produtivo, que só pode aumentar se a renda também crescer graças a uma poupança tirada da renda anual.
2. O equilíbrio do emprego do capital e do trabalho.
A alta ou baixa dos salários é comum a todos os estados de uma sociedade, quer seja no estado estacionário, no de progressão ou no de regressão. No estado estacionário, é regido inteiramente pelo crescimento ou pela diminuição da população. No estado de progresso, pelo aumento daquele que mais aumentar em relação ao outro - Capital ou População. O salário iguala a população e o capital. Portanto, quando se produz o salário abaixo do mínimo de existência, produz uma redução da população, uma diminuição do emprego. Quando se aumenta o salário, ocorre o inverso. Os sucessores dos clássicos se condenaram a um impasse e não chegam a explicar por que o sistema pode estar em equilíbrio quando existe sub-emprego do capital e do trabalho; ou, mais exactamente, não se aperceberam de seu erro que é o de postular o pleno emprego do capital e do trabalho. Ora, é aí precisamente que Keynes introduz sua correcção essencial graças à uma nova teoria de poupança e do investimento e à dissociação entre volume da população operária e volume do emprego efectivo. Em outras palavras, percebe que as quantidades de capital e trabalho podem ajustar-se, ou melhor, que o sistema fica em equilíbrio mesmo quando há sub-emprego de um de outro, o que não surpreenderia porque o sub-emprego da mão-de-obra está ligado ao sub-emprego do capital. Antes de abordar esta explicação, resta esclarecer por que os clássicos se perderam. Na teoria clássica, todas as quantidades de capital e de trabalho são empregadas. O erro está em considerar que sempre a quantidade de capital está empregada. Keynes diz que existe, também, o chamado desemprego voluntário, estabelecendo como meio determinante, quando o salário nominal não tem elasticidade e o operário não pode intervir na taxa, a baixa do salário real. O volume de emprego não pode ser estabelecido pela utilidade do salário e a desutilidade marginal.


Incentivo ao investimento

Quando Keynes fala de economia monetária, ele mostra que o dinheiro tem 3 funções:
 Meio de troca
 Unidade de conta
 Reserva de valor

Porém a mais importante para a economia monetária segundo Keynes é a reserva de valor, - ou seja, poupança, aplicações monetárias, etc. - pois a mesma possibilita o entesouramento de dinheiro, mas sem, contudo, esquecer-se do incentivo ao investimento. Esse entesouramento de dinheiro, é o que vai possibilitar a capacitação de recursos para que se tenha capital que vai ser emprestado para o investidor. Investidor esse que ao tomar o empréstimo, investe no aumento da sua produção que acaba gerando uma maior demanda de empregos.
Ao estimular a produção, gerando mais empregos, ele ao mesmo tempo que aumenta a sua oferta de manufacturados, ela, ao empregar m número maior de funcionários, acaba aumentando o número de consumidores em potencial - pois o cidadão agora que tem um emprego e renda fixa, ele vai começar a consumir mais, gerando um aumento significativo na demanda - por isso é que o governo deve aumentar o incentivo ao investimento.


Principio da demanda efectiva

Primeiramente, devemos ressaltar que foi de grande interferência a Depressão dos anos 30 para que as teorias a respeito desse tema fossem formuladas por Keynes e Kalecki. Esse princípio determinava que se deveria produzir a quantidade dada e não o que o sistema tivesse a capacidade de produzir, portanto, se não houvesse demanda não haveria produção e consequentemente a capacidade de produção se tornaria ociosa. Esse percurso pode ser definido através de três elementos que seriam: o poder de compra, da demanda e a produção, onde esses três factores cresceriam e diminuiriam seguindo a uma mesma direcção. Devemos colocar ainda que esses princípios se tornaram ponto de partida para os estudos sobre a teoria do emprego. Voltando a questão do poder de compra, seria bom se falar em dois factores desse poder de compra colocado por alguns economistas, onde você tem: o auto financiamento (onde ocorre o envolvimento dos seus próprios patrimónios) e o financiamento externo (a unidade através de créditos).
Keynes coloca que o equilíbrio máximo, alcançado por uma dada economia não está na diminuição do desemprego, mas sim no fato de que não existe capacidade ociosa onde os capitais de investimentos fixos estão em funcionamento normal, portanto, o problema não está relacionado com as pessoas e sim com as máquinas, onde alguns definem que a capacidade produtiva é a quantidade de produção que se obtém quando o equipamento está sendo utilizado normalmente.
O conceito utilizado de demanda efectiva, agregada ou global, está no fato de que Keynes foi precursor da macroeconomia, portanto, analisava os fatos de modo globalizado e não isoladamente como antes se fizera. Essa demanda efectiva não chegando a níveis próximos da oferta global, ou seja se a consumação se torna baixa, os investimentos insuficientes resultarão em um declínio de emprego, de produção e de renda. Se permanecerem em níveis proporcionais permanecerá estável.
Alguns economistas colocam que "a oferta cria a sua própria procura". Esse conceito, Keynes torna inválido uma vez que se isso fosse real, a procura e a oferta global seriam iguais para todas as quantidades de emprego, ou seja, mais emprego significará mais renda, porém é bom indicar que toda a produção é consumida em bens de consumo, portanto a renda aumenta em níveis proporcionais menores que a quantidade de produção.
Então, mais emprego significa mais renda que resulta em uma maior produção. Enfim, o emprego em função do preço da procura nos coloca que quanto maior for esse preço. Maior será também a quantidades de emprego. Colocando já em questão o volume de produção em função do rendimentos, percebemos que o rendimento se eleva, mas em níveis proporcionais menores que o consumo, onde o fato determinante é a propensão a consumir que coloca que o volume da procura está em função do aumento da renda, porém nem todo rendimento adquirido é utilizado para o consumo, pois existem ainda os que preferem os investimentos.
Enfim, Keynes acentua o termo teoria geral para contrastar com a teoria económica clássica que se limita ao pleno emprego. Keynes procura mesmo é explicar o volume de emprego em um dado momento, coloca que o desemprego é nítido em qualquer economia, sendo inevitável, assim como ele vê a inflação, onde ambas dependem do volume da procura efectiva, onde observa-se que quando a procura é deficiente gera desemprego, quando é excessiva resulta na chamada inflação.


Depois da teoria geral

Ficam assim traçadas as linhas fundamentais da macroeconomia keynesiana. Para seu real conhecimento seria necessária uma exposição muito mais extensa, com o recurso de gráficos e de um sistema de equações. Nossa finalidade actual, porém, é apenas a de darmos uma ideia introdutória do sentido geral da revolução keynesiana. Nestes termos, este resumo parece-nos, no momento suficiente.
A Teoria Geral obteve imediatamente uma enorme repercussão. Foi alvo de grandes elogios, em torno das ideias nela expostas constituiu-se imediatamente uma escola de brilhantes economistas, novas perspectivas de desenvolvimento se abriram para a ciência económica, esta recuperou o contacto com a realidade e voltou a ser operacional. Aquelas que não se tornaram estritamente keynesianas foram profundamente influenciadas por Keynes. Especialmente em relação às novas gerações de economistas, todos sofreram a influência de suas ideias. Mesmo os economistas marxistas obtiveram no pensamento de Keynes parte de inspiração e de crítica. Assim que saiu, porém, a General Theory foi também alvo de críticas, algumas tentando minimizar o carácter original de sua contribuição, outras procurando negar a correcção de sua análise. Nestes termos, Keynes passou a maior parte do seu tempo, desde a publicação da General Theory até o início da Segunda Guerra Mundial, ocupado em defender-se de seus críticos e em explicar o verdadeiro sentido de sua teoria. Porque é preciso salientar que a Teoria Geral estava longe de ser um livro de leitura fácil. Além disso, Keynes continuava com febril actividade de economista, jornalista, financista e mecenas das artes. Em 1937, porém, Keynes sofre um primeiro ataque do coração e é obrigado a diminuir o ritmo de sua actividade. Isto não o impede, porém, de publicar um novo livro, How to Pay the War (1940), em que examina o problema do financiamento da guerra que se iniciava. Propunha um sistema de empréstimo compulsório, a ser pago após a guerra. Era uma ideia ousada, nova, ao estilo de Keynes e não foi aplicada. Em 1940 Keynes voltara a trabalhar no Tesouro. Em 1942 tornou-se director do Banco da Inglaterra. Nesse mesmo ano foi elevado à nobreza. Tornou-se Lord 35 Keynes, barão de Tilton. Era então o mais respeitado economista britânico. Embora suas ideias nem sempre fossem postas em execução, por serem excessivamente revolucionárias, nem por isso deixaram de ser ouvidas.
Este fato ficou patente na última grande intervenção de Keynes, antes de sua morte, na Inglaterra, em 1946, motivada por mais um ataque do coração. Aproximava-se o fim da guerra e era preciso organizar as finanças internacionais para o após guerra. Realizou-se então, nos Estados Unidos, a Conferência de Bretton Woods, destinada a organizar as finanças internacionais para o pós-guerra que se avizinhava. Keynes, como representante do Reino Unido, foi a principal figura da reunião. Apresentou um projecto revolucionário para resolver o problema do financiamento do comércio internacional. O ouro e as moedas reservas nacionais (o dólar e a libra) seriam substituídos por uma moeda internacional, o Bancor, criada por um Banco Central Mundial, que o plano Keynes previa. A criação dessa moeda internacional implicaria em um extraordinário aumento das reservas financeiras internacionais e em uma grande flexibilidade no sistema financeiro internacional. Com isto Keynes pretendia que os países que se encontrassem em recessão económica e deficit de seu balanço de pagamentos não fossem obrigados a adoptar qualquer uma das três medidas tradicionais: desvalorização da moeda, deflação interna, ou restrições às imputações. Qualquer uma dessas três medidas teria sempre efeitos negativos, e poderiam ser evitadas através de um sistema de financiamento internacional amplo e flexível. O plano de Keynes era excessivamente inovador. A alternativa norte-americana, consubstanciada no Fundo Monetário Internacional, foi afinal adoptada, fazendo-se apenas algumas concessões ao Plano Keynes. Os Estados Unidos era naquela época, e por um período de três décadas já vinha sendo, um país sem problemas com seu balanço de pagamentos. Dessa forma, preferiram um plano mais conservador, ainda baseado no ouro e nas moedas-reservas. Certamente não previam as dificuldades que o deficit constante de seu balanço de pagamentos, a partir dos anos cinquenta, iria lhes trazer. De qualquer forma, porém, o plano apresentado por Keynes não foi aceito. Permanece, todavia, como um marco da visão, sempre voltado para a realidade do mundo, e nela procurando intervir. Sua obra fundamental, porém - aquela que inscreveu o nome de Keynes na história do pensamento económico, não como mais um economista que trouxe contribuições significativas para a análise económica, mas como o economista mais importante da primeira metade do século XX, que abriu novas perspectivas para a ciência económica - foi a Teoria Geral. Já vimos que esta obra, embora fruto do pensamento de um economista educado na mais pura tradição neoclássica, marshalliana, e dela aurindo muitos de seus conceitos fundamentais, constitui-se em uma revolução - uma revolução que sem destruir toda a análise económica pré-existente, renovou-a, abriu-lhe novas perspectivas, recolocou-a em contacto com o mundo.


As controvérsias entre a teoria clássica e keynesiana

A abordagem clássica era tida como o modelo económico que melhor explica sobre as forcas subjacentes ao crescimento económico.
Enquanto que a abordagem keynesiana, era tida como modelo económico que melhor explica sobre o ciclo económico nas economias de mercado.
Para os clássicos na macroeconomia:

• Há flexibilidade de preços e salários
• A economia e estável
• O pleno emprego e tido como o estado normal da economia
• Os mecanismo de equilíbrio macroeconómico são automáticos entre a procura e a oferta agregada
Na visão clássica era seguro afirmar que:
• O estado abstêm-se de investir na economia
• a moeda e lubrificante, ou seja facilita as transacções e não influenciam o nível de produto
• A lei de say a super produção e impossível por que a oferta cria a sua própria procura
• Não há diferença entre a economia de escambo e monitorizada
• Não há crises prolongadas
não há desperdícios de factores de produção, nem de produto
• As teorias de procura e oferta agregada não influenciam o desemprego enquanto que na abordagem keynesiana:
• Há rigidez de preços de salários
• O pleno emprego e apenas um nível possível (não de equilíbrio, pois este pode ser variável )
• Não há mecanismos automáticos que conduzem ao equilíbrio
• O estado e actor activo e intervêm no processo económico
• A moeda pode ser utilizado pelo estado para financiar os seus gasto e influenciar o nível de produto
Esta visão tem como consequências o equilíbrio abaixo do pleno emprego e as politicas monetárias e orçamentais apoiadas nos níveis elevados de produto e de emprego.

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