sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
ECONOMIA DE MOÇAMBIQUE
Moçambique possui importantes recursos naturais, entre eles destacam-se a energia hidroeléctrica (cahora bassa), gás, carvão, minerais, madeiras e extensas terras agrícolas. As pescas possuem um enorme potencial.
Os principais produtos exportados para além da electricidade de cahora bassa são: camarão, algodão, cajú, chá, copra.
Moçambique possui três importantes portos que servem de entrada e saida dos produtos destinados a países vizinhos, e lhes poderão permitir obter importantes receitas:
- porto de nacala, porta de entrada do Malawi;
- porto da Beira, porta de entrada da Botswana, Zimbabwé, Zambia, e Zaire;
- porto de Maputo, o segundo maior porto de Africa, e que foi amplamente modernizado em 1989 de forma a poder servir as regiões do sul de Africa. Serve de porta de entrada da Suazilândia e de África do sul (norte).
DA CRISE A RECUPERACAO
1975-1985. a seguir da independência em 1975, a economia moçambicana entrou em declinio, entre as razoes para explicar esta apontam-se as seguintes:
- o exodo da maioria dos seus quadros tecnicos e empresarios, a maioria dos quadros de origem portuguesa;
- as opções politicas marxistas-leninistas da frelimo o unico partido, e que eram contrarias a uma economia de mercado e previlegiavam o relacionamento com os países socialistas (ex: União sovietica, China, RDA, etc.)os antigos empresarios, sobretudo os portugueses, são encarados como neocolonialistas;
- o apoio dado por Moçambique aos movimentos de libertação na região, o que provocou o boicote e represalias de paises visinhos, como a Rodesia (Zimbabwe) e sobretudo a Africa do sul.
- a guerra civil que alastrou por todo o pais a partir de 1980 e contribuiu para destruir e paralisar as suas infra-estruturas economicas.
A produção não tardou a entrar em ruptura e a balança de pagamentos rapidamente se tornou dificitaria.
Apesar de tudo entre 1977 e1981 registaram-se alguns sinais de abrandamento da crise mas com o alastramento da guerra civil a situação não tardou a prorar. Assim, entre 1982 e 1985, o crescimento do PBI foi de 5,9%. As condições de vida proraram de forma dramática, centenas de milhares de moçambicanos morreram a fome. A situação da balança comercial tornou-se insustentavel. O país tinha de mudar de rumo para poder subster.
A GUERRA PELA INDEPENDENCIA E A ECONOMIA
A evolução da economia nos ultimos anos, durante a guerra colonial, teve alterações estruturais pouco sensiveis, mas aconteceram aspectos conjuntunturais importantes e que influenciaram a economia apos a independência. As opções havidas a partir da década dos anos 1960 aprofundou-se: o investimento publico aumentou, a politica monetaria expansiva intensificou-se a edificacao de colonatos-tampão, a construção civil, sobretudo da habitação e de infra-estruturas, cresceu e a industria de substituição de importações teve um grande impulso devido ao crescimento rapido da populacao colona. Os custos de realizacao de grandes empreendimentos aumentaram devido aos efeitos da guerra e em muitas zonas a articulação da economia e dos espacos foi dificultada ou mesmo impedida com consequências sobre a rentabilidade dos agentes economicos e sobre a eficiencia do conjunto da economia. Estes aspectos afetaram as funcionalidades entre os sectores e espaços, entre a economia tradicional e a economia moderna, entre o campo e a cidade, em alguns casos, as rupturas de comunicação introduziram graves distorções no funcionamento da economia.
A administração e o exercito concentraram as populações das zonas afectadas pela guerra em aldeamentos. Pretendia-se retirar a guerrilha a possibilidade de mobilizar as populações e reduzir o apoio social ao movimento de libertação.
Não obstante alguns sintomas de crise serem visiveis, existem evidencias que a economia de Moçambique cresceu a ritmos elevados durante o período da guerra. O crescimento foi suportado pelo investimento publico pela politica monetária expansiva, pela intensificação da colonização e pelos efeitos inter-sectoriais da presença de grandes contigentes do exercito. A industria nao foi directamente afectada de forma significativa por se localizar nas cinturas urbanas. Realçar ainda que a guerra apenas alcançou zonas economicamente importantes a partir de 1968-69 apos a operação No-Gordio. Começaram a ser atingidas directamente as zonas da alta zambezia, produtora de chá e com grande importância na produção de milho e de tabaco, e de Manica e Sofala, importante na produção de cereais e de produtos frescos. As empresas produtoras de acucar da Zambézia e de sofala sofreram igualmente efeitos directos da guerra.as principais vias de comunicacao do centro e norte do pais estavam sujeitas a constantes ataques.
Paralelamente, nas zonas libertadas, a frelimo procura aplicar novas formas de organizacao da economia. Realizam-se experiencia de trabalho colectivo em cooperativas de producao, o abastecimento rural e a extracao dos excedentes produtivos sao realizados atraves de uma rede de lojas da frelimo. Este movimento de libertacao possuia o departamento de producao e comercio, que procurou orientar a producao agricola no interior e vender no exterior os excedentes comercializados aos camponeses, sobretudo na Tanzania. Estes aspectos sao abordados, quando se apresentam as aldeias comunais e o processo de cooperativizacao apos a independencia.
As populacoes sao aglomeradas em redor das bases de guerrilha ou em zonas proprias, cpnsiderando a situação de guerra. Estas aldeias tinham multiplos objectivos: defender e proteger as populações, simultaneamente que estas participavam na defesa e autodefesa, tendo-se iniciado a criacao das milicias populares; mobilizar ou obrigar as populações para o transporte de material de guerra e de mantrimentos tranformando as aldeias em reservas de mao-de-obra; dificultar as acções das forças opostas em consequência da presença de populações. Existia assim uma dupla dependencia:os guerrilheiros necessitavam da população e esta vivia protegida pelos guerrilheiros.
Em1973, Samora Machel escreve, porque a produção se encontrava submetida aos principios do pacto colonial, isto e, destinava-se a satisfazer os interesses exclusivos da metropole colonial, foi-nos necessario substituir produtos destinados a economia colonial, algodão e oleaginosas, por produtos alimentares. O facto de termos encontrado mercados nos paises amigos, permitiu-nos a produção de oleaginosas. A frelimo esforsou-se por diversificar a producao introduzindo e generalizando a producao de horticolas. Fazem-se continuo esforcos no sentido de melhorar as tecnicas agricolas e introduzir outras novas, como a de fertilizacao dos terrenos pela utilizacao de adubos.
As experiencias das zonas libertadas, os discursos e os documentos da frelimo, depois de conhecer o periodo da experiencia socialista mocambicana,permite encontrar muitos dos fundamentos e das opcoes politicase e conomicas do pos-independencia. Primeiro, sao evidentes os sinais para a intervencao da frelimo na economia fundamentada na regeicao das iniciativas de comercio privado nas zonas libertadas. Segundo, as cooperativas indicam as opcoes futuras da socializacao do meio rural e da criacao de aldeias comunais. Terceiro, a producao alimentar e a agricola surgem como prioritarias, o que foi confirmado durante os primeiros anos apos a independencia.
Para a compreensao da historia economica do periodo da experiencia socialista e importante conhecer a historia da frelimo, sobretudo a luta pelo poder, as aliancas e nao-aliancas.estes aspectos sao abordados quando relacionados com as opcoes fundamentais do pos-independencia.
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Peço bibliografia
ResponderExcluirBoas informações
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